Essa é a conclusão feita pelo biólogo e oceanógrafo da The Bilfish Foundantion (TBF), Elliott Stark Willian, apresentada durante uma palestra que antecedeu a abertura do Pesca Trade Show 2011, em São Paulo. "O conceito de que o peixe abatido (pesca comercial) é o único gerador dos lucros para as comunidades locais já está muito ultrapassado.
Vários países já perceberam isso e estão faturando muito mais com o turismo", revela. O pesquisador explica que não se pode confundir a geração de lucros da pesca industrial e da amadora como uma receita única. Elas não podem ser somadas. Profissionais faturam por meio da venda de pescado. Já o turismo movimenta uma cadeia produtiva, que inclui hotéis, restaurantes, compra de equipamentos (linhas, varas, carretilhas...) e contratação de serviços, mas que depende sempre do peixe vivo. "Por isso, o resultado de cada uma delas é excludente".
A constatação de Willian é baseada em dados da própria TBF. A associação não-governamental sediada nos EUA vem prestando serviços para países como a Costa Rica, o Panamá e o México, points favoritos de muitos pescadores norte-americanos. Por meio de pesquisas socioeconômicas, dados expressivos foram descobertos nos locais que investiram no turismo da pesca amadora.
Em Los Cabos (México), o segmento gera o lucro para a economia local de US$ 1.125 bilhões. "Com o dinheiro arrecadado a partir dos impostos, Los Cabos está investindo na construção de estradas e colégios, ou seja, a vinda dos turistas beneficia toda a região", assinala Willian.
O Panamá, que tem na pesca esportiva hoje seu principal produto, proibiu a pesca do atum nas proximidades de sua costa em 2008. Dois anos depois, foi mais além: proibiu a pesca do tipo longline (espinhel distribuído em centenas de quilômetros) de todas as espécies em suas águas. "O governo panamenho está focado e disponibilizou recursos para seguirmos com nossas pesquisas socioeconômicas por lá", revela o representante da TBF.
Fonte: Revista Pesca e Companhia