Este artigo representa a minha
opinião e de um coletivo de aproximadamente 80 filiadas e filiados do Partido
dos Trabalhadores de Cotia.
Antes de mais nada, vale
destacar que continuamos acreditando e compromissados com o projeto de
transformação de nosso país desenvolvido por Lula e Dilma, continuamos
comprometidos com os mandatos dos deputados Geraldo Cruz e Carlos Zarattini e,
ainda, imbuídos em auxiliar na eleição do companheiro Padilha para governador
do Estado de São Paulo.
O grande problema é que a
direção do PT em Cotia tem como núcleo dirigente pessoas que não têm na
política um instrumento de transformação social. O que essas pessoas almejam
com a política é o interesse próprio, buscando sempre benefícios pessoais e não
do bem comum.
Isso torna o partido na cidade
fraco e incapaz de apontar uma alternativa viável para a mudança dos rumos da
cidade.
O que nos deixa muito decepcionados,
desapontados e desacreditados em continuar é que este núcleo dirigente tem
guarida de dirigentes estaduais do partido para continuar agindo desta forma.
Nos parece que existe alguma
espécie de acordo nas esferas mais altas para que o PT em Cotia continue fraco
e sem condições de se contrapor aos poderosos que sempre governaram a cidade.
Como entendemos que, se
tivermos um grupo coeso, determinado e que enxerga a política como ferramenta
de transformação social e melhoria do bem comum é possível construir uma
alternativa viável ao modelo de administração que se realiza na cidade,
decidimos sair do PT de Cotia.
Vale fazer um histórico dos
últimos 8 anos do PT em Cotia para embasar nossos argumentos e decisões.
Na eleição de 2008 nosso grupo
venceu o Processo de Eleição Direta do PT com a tese de que o partido teria
como candidato a prefeito o professor Santo Siqueira. Usando métodos contrários
aos que acreditamos, três pessoas de nossa chapa mudaram de lado e fomos
obrigados a apoiar o ex-prefeito Mario Ribeiro e ver a candidatura ser
impugnada através de um processo iniciado pelo próprio PT anos antes.
Eu fui até o ultimo momento
ameaçado pelo grupo que defendeu a aliança com Mario Ribeiro de não ter legenda
para concorrer a vereador.
Durante toda a campanha nosso
trabalho foi criticado e difamado pelos mesmos companheiros que nos obrigaram a
fazer a aliança com o ex-prefeito. Ficamos em terceiro lugar dentro do PT.
Nas eleições majoritárias de
2010 nosso grupo lutou, trabalhou muito e conseguimos fazer com que o deputado
estadual Geraldo Cruz fosse o mais votado de toda a cidade, com 3776 votos, e o
deputado federal Carlos Zarattini fosse o mais votado do PT e o quinto mais
votado da cidade, com 3732 votos. Além disso, trabalhamos muito também por Dilma,
Mercadante e Marta.
Mesmo com todo o ocorrido em
2008 decidimos buscar a unidade dentro do PT de Cotia para que pudéssemos,
unidos, construir uma alternativa viável para a cidade na eleição que viria em
2012.
Ocorre que um ano e meio antes
das eleições o atual presidente do Partido (Giba) negociou com o governo tucano
um mandato de vereador. O candidato a prefeito em 2012 (Toninho Kalunga), na
Câmara silenciou em relação à administração. Durante todo o processo eleitoral,
o ex-presidente (Antônio Wagner), mesmo sendo o presidente do PT na época,
recebia e atuava como assessor de vereador do PSB.
O objetivo deste grupo sempre
foi fazer um PT fraco, incapaz de disputar as eleições para valer. Esse era o
acordo. Assim vimos nas eleições de 2012 o atual prefeito ser eleito com uma
das maiores votações proporcionais do país; vimos o atual presidente do Partido
desistir da campanha alegando uma doença que jamais se confirmou; vimos
diversos candidatos desistirem também pela total falta de estrutura; vimos o
candidato a prefeito não fazer campanha e jamais rebater à altura o boato que
corria na cidade de que estava vendido.
Lutei em conjunto com nosso
grupo com todas as forças para me eleger vereador e defender o PT durante a
eleição. Inclusive, em parceria com os deputados Geraldo Cruz e Carlos
Zarattini, conseguimos fazer material para todos os demais candidatos a vereador
do partido.
Mesmo com 1317 votos, com todo
o trabalho que existiu contra dentro e fora do partido não foi possível fazer
com que o PT mantivesse a cadeira de vereador que por 12 anos foi do partido.
No mesmo dia em que foi
divulgado o resultado das eleições de 2012 foi lançada minha candidatura a
presidente do PT de Cotia.
Como durante o processo
eleitoral nossa candidatura e a de mais 3 companheiros e uma companheira filiou
149 pessoas no PT, tínhamos clara a nossa condição de vencer o Processo de
Eleição Direta.
Ocorre que a direção do PT em
Cotia, que não participou do processo eleitoral, não aceitou estas filiações. A
direção estadual, apesar de decidir pela legalidade das filiações, acabou não
validando as mesmas, claramente para favorecer nossos adversários.
Lembro que a todo momento
tivemos que lutar contra a máquina partidária nas esferas municipal, estadual e
nacional.
Mesmo com este golpe fomos para
a disputa em condições reais de vencer as eleições internas do PT e com isso
trazer um novo tempo para nosso partido na cidade. Ocorre que 12 filiados de
nosso grupo não estavam na lista de votação.
Mesmo assim ainda tínhamos
reais condições de vencer as eleições internas, mas, na apuração, 14 votos
nossos foram declarados nulos pela direção municipal, que em sua esmagadora
maioria pertencia ao outro grupo. Apesar de nossos protestos o resultado foi
declarado.
Foram computados 107 votos para
a outra chapa e 98 votos para a nossa chapa, ou seja, 9 votos de diferença.
Depois deste ocorrido, recorremos para que a direção estadual fizesse valer os
votos anulados ilegalmente. Mais uma vez, como no caso das 149 filiações, nada
foi feito pela instância superior.
Assim tudo, indica que as
direções estadual e nacional do PT têm um lado muito claro na disputa ocorrida
em Cotia, e o lado não é o da verdade, o lado não é do embate democrático, de
quem quer construir uma alternativa para a cidade, ou seja, o nosso lado. O
lado é das negociatas e de quem quer usar o partido como moeda de troca.
Mais uma vez nos parece existir
um acordo que passa pelas instâncias superiores para que o PT em Cotia continue
fraco e incapaz de construir uma alternativa viável para a cidade.
Com isso para que possamos
buscar construir esta alternativa não nos parece existir outra alternativa que
não deixar o partido.
Desde já agradecemos a todas as
filiadas e filiados que compuseram a nossa chapa “Mudança de Verdade” e que nos
apoiaram na candidatura a presidente do PT em Cotia.
Não ingressaremos em outro
partido, pelo menos por enquanto, e passaremos a atuar e militar através do
Coletivo Cotia Sustentabilidade. Sonhamos em um dia se o PT de Cotia mudar sua
forma de atuar e quiser de verdade construir algo de novo para a Cidade em
retornar a nossa casa.
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